sábado, 7 de janeiro de 2017

Pesquisa sobre a Segunda Guerra Mundial em Sergipe.




Publicado originalmente pelo site da Fapitec

Pesquisador desenvolve projeto sobre a Segunda Guerra Mundial em Sergipe.

Com o objetivo de desenvolver pesquisas sobre Segunda Guerra Mundial em Sergipe, o professor do Departamento de História (DHI/UFS) e coordenador do projeto “Memórias da Segunda Guerra Mundial em Sergipe”, Dilton Cândido Santos Maynard, teve a ideia ainda na graduação de analisar o cotidiano do estado de Sergipe, após o torpedeamento dos navios mercantes no litoral sergipano. Diante disso, o professor Dilton Maynard amadureceu a ideia e criou o projeto “Portal Segunda Guerra” com objetivo de ter um memorial virtual sobre a Segunda Guerra em Sergipe.

O projeto é desenvolvido pelo Grupo de Estudos do Tempo Presente (GET) da Universidade Federal de Sergipe (UFS). O grupo possui cerca de 20 integrantes entre alunos do curso de História e bolsistas. Umas das integrantes do projeto, Raquel Anne Lima de Assis, é bolsista pelo Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC) apoiado pela Fundação de Apoio à Pesquisa e à Inovação Tecnológica de Sergipe (Fapitec/SE). “Memórias da Segunda Guerra em Sergipe” concorreu ao edital em 2011 do Programa de Apoio a Núcleos Emergentes ( PRONEM) ofertado pela Fapitec/SE com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Segundo a graduanda em História da UFS Raquel Anne, em Sergipe não existe um memorial que trate do cotidiano dos aracajuanos entre 1939-1945, período da Segunda Guerra Mundial em Sergipe. Nem por isto, as pesquisas deixaram de ocorrer: “Nós investigamos o cotidiano de Sergipe durante o período, as transformações enfrentadas pelos aracajuanos que sofreram devido ao torpedeamento de navios mercantes ocorrido em agosto de 1942. Também investigamos os estrangeiros, os integralistas e outros grupos que foram apontados como possíveis culpados pelos ataques”, destaca.

Ainda de acordo com Raquel Anne, o projeto é importante para sociedade sergipana ter conhecimento sobre os impactos e as transformações causadas pela Segunda Guerra Mundial no território de Sergipe. “É importante trabalhar a historiografia sergipana no período da Segunda Guerra para que o público em geral tenha conhecimento sobre tudo que aconteceu em Sergipe. Não devemos pensar na história como se ela estivesse somente nos livros didáticos ou em meio acadêmicos, devemos popularizar nossas pesquisas, divulgando materiais que envolvam todo contexto histórico, seus pontos mais importantes e, assim, diminuir a lacuna na historiografia de Sergipe”, afirma.

A graduanda em História Caroline de Alencar (PICVOL/UFS) fala dos integralistas que foram perseguidos durante o período. “Pesquisei sobre os integralistas em Sergipe. Eles foram perseguidos durante o período do torpedeamento. Eles eram acusados de passar informações privilegiadas para Alemanha”, disse.

Ainda de acordo com Caroline Alencar, a sua nova pesquisa, também apoiada pela FAPITEC e ligada ao PRONEM, busca mapear e analisar espaços e pontos de lazer em Sergipe, que foram utilizados para driblar o toque de recolher durante a Segunda Guerra Mundial. “As pessoas saiam para driblar o toque de recolher, nós vamos pesquisar que locais eram esses. Vamos tentar mapear os lugares e, se possível, disponibilizar uma espécie de mapa de Aracaju mostrando esses locais e como eles eram procurados”, explica.

O professor Dilton Cândido lembra que a 2ª Guerra Mundial foi um evento central no século XX, pois estabeleceu uma nova ordem mundial. O professor aponta os principais pontos levantados na pesquisa sobre esse período histórico em Sergipe. “Decidimos não apenas investigar como as coisas se deram em Sergipe e principalmente em Aracaju neste momento. Como a cidade viveu aqueles dias? Quais as expectativas? Quais as dificuldades? Quais as mudanças trazidas pela Guerra?”.

Ainda segundo Dilton, o objetivo da pesquisa foi oferecer três tipos de produtos: formação de recursos humanos com a formação de doutores e mestres; em segundo lugar, o projeto deveria apresentar resultados que ajudassem a diminuir a carência de trabalhos sobre o período no âmbito regional. O terceiro objetivo seria levar a pesquisa para a comunidade com a criação de um blog com o apoio do Portal Infonet.

Resultados

Fruto de trabalho intenso na pesquisa da historiografia sergipana, os pesquisadores publicaram artigos científicos e comunicações científicas em eventos. Semanalmente, publicam textos relacionados aos assuntos da Segunda Guerra, quase sempre com foco em Sergipe, na coluna GETEMPO no portal Infonet www.infonet.com.br/getempo). A coluna, inclusive, deve virar um livro com textos de vários colaboradores – a publicação deve sair com o selo da Editora da Universidade Federal do Amapá. Também foram publicados dois livros especificamente sobre a temática do projeto: “Dias de Luta e “Leituras da Segunda Guerra Mundial em Sergipe”, ambos com autoria do Professor Dilton Maynard e a Professora Andreza Maynard. O GET/UFS possui duas revistas eletrônicas que também são apoiadas pela FAPITEC através do PRONEM, são elas: “Cadernos do Tempo Presentes e “Boletim Historiar”, sendo que os “Cadernos” são voltados para pesquisadores mais experientes, normalmente doutores, enquanto o “boletim” é destinado a graduandos e mestrandos em diversas áreas do conhecimento das Ciências Humanas. Os pesquisadores também criaram o portal Segunda Guerra Mundial. Além desses materiais virtuais, os pesquisadores estão desenvolvendo um trabalho sobre a Segunda Guerra em Objetos Educacionais Digitais, suportes oferecidos junto com os diversos livros didáticos no Brasil.

Dilton Cândido ainda complementa que o projeto prevê a organização de um kit com recursos didáticos que deverá ser distribuído gratuitamente nas escolas da rede estadual. “Nossa ideia é produzir ao menos 300 destes kits que terão, além de livros produzidos pela equipe, mapas, versões fac-smiliares de alguns libretos, jornais, cartazes, planos de aulas e resenhas de filmes de época. A partir deste material, acreditamos que os professores terão um suporte didático proveitoso”.

Texto e imagens reproduzidos do site: fapitec.se.gov.br

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