segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

Click Sergipe entrevista José Lima Santana

Foto: arquivo pessoal.

Publicado originalmente no site Click Sergipe, em 09/12/2016.

ClickSergipe entrevista JOSÉ LIMA SANTANA: Por que a ordenação sacerdotal aos 61 anos de idade?

[José Lima Santana foi ordenado Presbítero (Padre), no dia 9/12/2016, na Igreja Matriz de Nossa Senhora das Dores].

Advogado há 36 anos. Professor da Universidade Federal de Sergipe. Membro da Academia Sergipana de Letras e da Academia Sergipana de Letras Jurídicas, da qual é Vice-presidente. Sócio Efetivo do IHGSE. Autor e coautor de vários livros literários e jurídicos. No passado recente, foi técnico de nível médio concursado do Tribunal de Contas do Estado, Advogado (hoje aposentado) e Diretor (Financeiro, Administrativo e Presidente) da DESO, Secretário de Administração, de Governo e Superintendente da SMTU, atualmente, SMTT, todos de Aracaju, Juiz do Tribunal Regional Eleitoral, Presidente do IPES e Secretário de Estado da Saúde, dentre outros cargos e funções, exercidos desde 1973. Além de professor no Departamento de Direito da UFS, é Coordenador de Relações Institucionais da mesma Universidade e Vice-Presidente da Diretoria Geral da Campanha Nacional de Escolas da Comunidade – CNEC, com sede em João Pessoa e escritório de representação em Brasília, entidade sem fins econômicos que mantém um Centro Universitário, dezoito Faculdades e mais de uma centena de Colégios em dezoito estados da Federação.

Graduado em Direito, Especialista em Metodologia do Ensino, Mestre em Direito e Doutorando em Educação. Em 2012, incentivado pelo Arcebispo Metropolitano, Dom José Palmeira Lessa, passou a estudar Teologia no Seminário Maior Nossa Senhora da Conceição. Ordenado Diácono em junho último, será ordenado Presbítero (Padre), nesta sexta-feira, dia 9, na Igreja Matriz de Nossa Senhora das Dores, terra natal de José Lima.

Confira entrevista completa com José Lima Santana.

Por que a ordenação sacerdotal aos 61 anos de idade?
A minha atividade na Igreja Católica começou em 28 de janeiro de 1976, quando, com outras duas pessoas, eu fundei o grupo de jovens “Juventude Unida na Fé”, na Paróquia Nossa Senhora das Dores. De 1976 a 1982, eu fiz parte da coordenação do Treinamento de Liderança Cristã – TLC, responsável pela Pastoral da Juventude na Arquidiocese de Aracaju. Naquela época, o Bispo Auxiliar de Aracaju, Dom Edvaldo Gonçalves do Amaral, hoje, Arcebispo Emérito de Maceió, dizia-me que eu deveria ir para o Seminário porque, na visão dele, a minha vocação sacerdotal era latente. E dizia: “Você será um dos bispos mais jovens do Brasil”. Eu ria. Mas, no fundo, acalentava o sonho de ser um ministro do Altar de Deus.

Em abril de 1981, tornei-me Ministro Extraordinário da Eucaristia e da Palavra. Depois de tanto tempo, Dom Lessa convidou-me, em 2011, para que eu ingressasse na Escola de Preparação para o Diaconato Permanente. Aceitei. No fim do ano, ele sugeriu que eu fizesse disciplinas de Teologia, no Seminário Maior. Comecei em 2012. E, agora, eis que estou às portas da ordenação sacerdotal, exatamente, aos 61 anos. Pronto para cumprir da melhor maneira possível as funções do meu sacerdócio.

Não é um encargo pesado para começar a desempenhá-lo nessa faixa etária?
Desde 1975, eu trabalho ou trabalho e estudo, ao mesmo tempo, nos três períodos do dia: manhã, tarde e noite. Não me sinto exaurido. Que o digam, por exemplo, os meus alunos, na UFS, especialmente aqueles que estudam ou estudaram comigo no último horário noturno. O meu entusiasmo, nos últimos minutos da última aula, ainda é o mesmo dos primeiros minutos da primeira aula. Eu sei que posso e devo fazer muito pelo Reino de Deus.

Como será esse “fazer muito” pelo Reino de Deus?
Para nós cristãos católicos, o Reino de Deus é “construído”, por assim dizer, no dia a dia por cada um e por todos, a partir da exortação de Jesus Cristo, que nos disse: “Ide pelo mundo inteiro, anunciai o Evangelho a todas as nações, fazendo discípulos e batizando em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”. Todos nós cristãos devemos ser como o semeador da parábola. Devemos estar sempre dispostos a sair e a semear. Como diz o Papa Francisco, é preciso constituir uma Igreja em saída, que se aproxime das periferias geográficas e existenciais. Uma Igreja que saia da “segurança” e do “conforto” das paredes do templo. Uma Igreja missionária, permanentemente em missão.

Quais os seus planos iniciais, como presbítero?
Na verdade, os planos iniciais serão aqueles que o Espírito Santo vier a me inspirar. Verei o que a Arquidiocese vai querer de mim, desde o Plano de Pastoral que está sendo elaborado para o triênio 2017-2019 e de cuja comissão central eu faço parte. A partir daí eu procurarei dar o máximo para cumprir as funções do meu ministério com desvelo, seriedade, acolhimento, amor feito serviço e serviço feito com amor. Todavia, o grande plano é simplesmente servir. Servir sempre. Servir bem. Servir a Deus e ao próximo. Se não for assim, de que adianta ser padre?

O que o senhor mais tem pedido a Deus?
Desde a minha ordenação como diácono, eu tenho pedido a Deus, em orações, que me faça um padre simples, acolhedor, transmissor da essência do Evangelho, não vaidoso, não orgulhoso, não soberbo. Tenho pedido pelo Papa Francisco, para que ele seja firme na fé, na transmissão da fé e dos ensinamentos de Jesus. Tenho pedido por Dom Lessa, que se aposentará em breve, para que Deus continue abençoando a sua vida, pelo muito que ele fez. Tenho pedido a Deus que conceda saúde, firmeza, sabedoria e discernimento a Dom João José Costa, que assumirá o comando da nossa Arquidiocese, para que o seu episcopado seja frutuoso. Por fim, tenho pedido a Deus que não nos desampare a nós brasileiros, neste momento difícil que atravessamos, e que vele por todos aqueles que, no mundo inteiro, são vítimas das guerras, da violência localizada, da injustiça, da impunidade e da exploração do homem pelo homem.

Por Ronaldo Ramos - ClickSergipe.

Texto e imagem reproduzidos do site: clicksergipe.com.br

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