terça-feira, 14 de março de 2017

Uma Homenagem a João Garcez

Foto reproduzida do site: novo.crose.org.br
Postada por MTéSERGIPE, para ilustrar artigo.

Publicado originalmente no blog Luiz Eduardo Costa, em 2/07/2012.

Uma Homenagem a João Garcez.
Por Luiz Eduardo Costa.

No Palácio Museu Olímpio Campos todos os meses são feitas homenagens aos ex-governadores aniversariantes de cada mês. Neste mês de junho estaria aniversariando João Andrade Garcez. Ele foi conceituado dentista, professor da Faculdade de Odontologia da UFS, e , mais do que isso, fez parte de um seleto grupo de abnegados que tomaram a si a difícil tarefa de garantir o funcionamento e a expansão do Hospital de Cirurgia, integrante da Fundação de saúde criada por Augusto Leite. João Andrade Garcez até o ano de 1970 dedicava-se apenas à sua profissão e ao trabalho incessante pela melhoria do sistema de saúde em Sergipe. Naquele ano, o governador Lourival Baptista em fim de mandato, preparava-se para disputar uma cadeira no Senado. O calendário eleitoral previa que a desincompatibilização do cargo deveria acontecer 6 meses antes da eleição, De repente, o ditador Garrastazú Médici resolve mudar as regras do jogo, e amplia para nove meses o prazo. Lourival, surpreendido pelo casuísmo, que, dizem, foi feito unicamente para atingi-lo, porque deixara de figurar na relação dos simpáticos ao general, não desiste, e apressa as providencias para deixar o governo, tendo à frente menos de uma semana até a nova data. Monta uma lista de três candidatos para o governo tampão, que levaria para à escolha do ditador.

O seu vice, o professor Cabral Machado, fora por ele nomeado para o nascente Tribunal de Contas. Foi informado que a lista não seria dele exclusivamente, mas, de todas as lideranças da ARENA. Lourival conseguiu fazer constar da lista o seu candidato, que era o respeitado médico , usineiro ex-deputado e prefeito de Japaratuba, Moacir Sobral. Entrou na lista também o nome de João Garcez. Da lista, só João Andrade não tinha passado de participação política. Médici não queria políticos, e então João foi o escolhido, espalhando-se a informação de que ele seria governador exatamente para impedir que Lourival fosse eleito Senador. Naquele tempo sinistro de censura, de medo e repressão, coisas corriqueiras que acontecem nos palácios, tornavam-se assunto reservado; o que pretendiam os generais, e o presidente, era assunto enquadrado na classificação de segurança nacional, por conseguinte, secreto. Assim, os boatos soprados de ouvido a ouvido eram sempre as únicas formas de noticias das áreas cinzentas, onde não se penetrava, nem sobre elas era permitido especular. João Andrade Garcez assumiu o governo debaixo da impressão generalizada de que liquidaria a carreira política de Lourival, e seria um duro repressor, desempenhando rigidamente o papel de ¨delegado civil da revolução como até gostavam de ser chamados os governadores, porque isso lhes ampliava a faixa do poder. João Garcez chegou com humildade, montou uma equipe técnica de primeira linha, e, indiferente à boataria, manteve muitos dos auxiliares de Lourival. Foi rigoroso com o dinheiro publico, dialogou em vez de reprimir, comportou-se com equilíbrio e imparcialidade no decorrer das eleições diretas, e tomou todas as providencias para facilitar a vida do governador escolhido, o engenheiro Paulo Barreto de Menezes, enquanto corriam apostas de que a indicação dele para a sucessão, seria anulada pelo ditador Garrastazú Médici. Indiferente á boataria e as pressões de políticos e militares que sofria, João Andrade Garcez teve apenas a preocupação de governar Sergipe. Até conseguiu rapidamente do governo federal o envio de uma draga para desassorear a sempre problemática barra do porto de Aracaju.

João Andrade Garcez terminando seus nove meses de governo voltou às suas atividades profissionais. Não sendo político soube fazer a boa política da conciliação e do diálogo, decepcionando assim a reduzida parcela dos aproveitadores e também de radicais da chamada ¨linha dura ¨ .
Sobre o período do governador João Andrade Garcez, falou, no Olímpio Campos, o professor e economista Dílson Menezes Barreto, um técnico exemplar, um cidadão correto, que foi um dos auxiliares de João Garcez.

Texto reproduzido do blog: luizeduardocosta.blogspot.com.br
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