quinta-feira, 20 de abril de 2017

Aracaju


Publicado originalmente no site EFECADE, em 1 de fevereiro de 2013.

Município de Aracaju.

Após o descobrimento do Brasil, em 1500, a situação em algumas áreas da nova colônia de Portugal era a de um verdadeiro estado de guerra. A necessidade de conquistar a faixa territorial que hoje compreende o Estado de Sergipe, e acabar com as lutas contra índios, franceses e negros que não aceitavam o domínio português, era de extrema urgência para o trono.

O local onde hoje se encontra o município de Aracaju era a moradia do temível cacique Serigy, que se destacou pela resistência aos conquistadores portugueses. Segundo Clodomir Silva, no “Álbum de Sergipe”, de 1922, ele dominava desde as margens do rio Sergipe até às do rio Vaza-Barris. Em 1590, Cristóvão de Barros (filho de Antonio Cardoso de Barros, devorado pelos índios caetés juntamente com o bispo Pero Fernandes Sardinha), um personagem histórico português que fez parte da colonização brasileira, atacou as tribos de Serigy e de seu irmão Siriri, matando os dois. Foi ele quem fundou, em 1° de janeiro de 1590, a cidade de São Cristóvão (mais tarde capital da província) junto à foz do Rio Sergipe.

Muito mais tarde, a pequena São Cristóvão já não mais oferecia as condições necessárias à uma sede administrativa. A pressão econômica do Vale da Cotinguiba – maior região produtora de açúcar da província – em busca de um porto que permitisse melhor escoamento de seus produtos, resultou, em 1855, no nascimento de Aracaju, nome que na língua indígena significa cajueiro dos papagaios (a palavra é composta por dois elementos: ará – papagaio -, e acayú – fruto do cajueiro).

As terras de Aracaju originaram-se das sesmarias doadas a Pero Gonçalves por volta de 1602. Compreendiam 160 quilômetros de costa que iam da barra do rio Real à barra do rio São Francisco, onde em todas as margens do estuário não existia uma vila sequer, sendo encontrados apenas arraiais de pescadores. Há notícias de que às margens do rio Sergipe, em 1609, existia uma aldeia chamada Santo Antônio do Aracaju, cujo capitão era o indígena João Mulato.

Voltada para as margens do rio Sergipe e Vaza-Barrís, a área do antigo povoado de Santo Antônio de Aracaju foi escolhida em 1853 para receber a nova sede do governo, graças aos esforços do então presidente da província, Inácio Joaquim Barbosa. e de João Gomes de Melo, primeiro e único Barão de Maruim. Localizada numa região de pântanos e charcos, seu projeto desafiou a capacidade da engenharia da época.

O desenho urbano de uma das primeiras capitais brasileiras a ser planejada foi elaborado por uma comissão de engenheiros liderada por Sebastião Basílio Pirro, e consistia em um projeto que traçava ruas em linha reta formando quarteirões simétricos lembrando um tabuleiro de xadrez. Até então, as cidades existentes antes do século 17 adaptavam-se às condições topográficas naturais, estabelecendo uma irregularidade no panorama urbano. O engenheiro Pirro contrapôs essa irregularidade e Aracaju foi, no Brasil, um dos primeiros exemplos de tal tendência geométrica.

Mas somente em 1865 a cidade se firmou. Era o término de uma década de lutas contra o meio físico, e contra uma série de adversidades políticas e sociais. A partir deste data ocorreu um novo ciclo de desenvolvimento, que durou até os primeiros anos após a proclamação da república. Em 1884 surgiu a primeira fábrica de tecidos, marcando o inicio do desenvolvimento industrial. Em junho de 1886, Aracaju já possuía uma população de 1.484 habitantes, além de imprensa oficial e algumas linhas de barco para o interior. Em 1900 foi iniciada a pavimentação com pedras regulares, e executadas obras de embelezamento e saneamento. Em 1908 foi inaugurado o serviço de água encanada, um luxo para a época. Em 1914 chegou a vez dos esgotos sanitários e da estrada de ferro. Em 1900 inicia-se a pavimentação com pedras regulares e são executadas obras de embelezamento e saneamento. As principais capitais do país sofriam reformas para a melhoria da qualidade de vida dos habitantes.

Aracaju já se encontrava estabilizada nos anos 70. Cidade de porte médio, sem problemas de segurança nem infra-estrutura, boa densidade demográfica, belas praias e um povo simpático e de bem com a vida. Alguns turistas acidentais começavam a visitá-la, muitos desembarcavam na cidade por curiosidade e acabavam ficando – há vários casos de estrangeiros morando em Aracaju após uma paixão arrebatadora pela cidade. O turismo não era explorado profissionalmente e somente em 1977 foi criada a EMSETUR – Empresa Sergipana de Turismo. Até o início dos anos 80 pouca coisa havia sido feita em prol do desenvolvimento do turismo sergipano, mas uma grande guinada estava para acontecer.

O governo despertou para a grande indústria e as obras de infra-estrutura turística começaram a ser realizadas. Aracaju recebeu hotéis de nível e teve sua orla na praia de Atalaia construída, o que hoje constitui o mais importante cartão-postal da cidade. Rodovias foram implantadas para facilitar o acesso ás praias dos litorais sul e norte; e além de outros equipamentos turísticos instalados, um grande trabalho de catalogação das potencialidades foi feito, aliado á divulgação nos principais veículos do pais.

Segundo o Censo do IBGE, em 2010 Aracaju, com uma área global de 181,856km2, abrigava uma população de 571.149 habitantes (265.484 homens e 305.665 mulheres)

Fonte: Prefeitura de Aracaju – www.aracaju.se.gov.br

Texto reproduzido do site: efecade.com.br/aracaju

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