segunda-feira, 2 de abril de 2018

Professor leva projeto de leitura para o 17 de Março

 O projeto é desenvolvido com crianças da comunidade 

Com o projeto, ele busca tirar as crianças da ociosidade
 das ruas, proporcionando conhecimento para os pequenos.

Elizângela Silva Santos é uma das mães que fazem questão
que as filhas participem das atividades
Fotos: Portal Infonet

Publicado originalmente no site do Portal Infonet, em 02/04/2018 

Professor leva projeto de leitura para o 17 de Março

Com o projeto ele busca tirar as crianças da ociosidade da rua

A arte de contar histórias vem desde os primórdios da humanidade. Quando crianças, é comum que nossa mãe, pai ou familiares desempenhem esse hábito como forma de nos levar para outro mundo sem sair do lugar. Imersos nesse universo lúdico, nós viajamos através das histórias e esquecemos, mesmo que por horas, as mazelas presentes na nossa realidade. Com intuito de apresentar esse mundo à crianças, o professor e contador de histórias Luiz Carlos Nascimento realiza um projeto de contação e leitura no bairro 17 de Março, zona periférica de Aracaju.

Desde 2017, o professor que atualmente está desempregado, participa do projeto voluntário “Eu Leio e Compartilho”, criado pela escritora alagoana Cláudia Lins, e desde então, torna as tardes das crianças daquele bairro um momento mágico. Pelas calçadas das ruas ele espalha os livros, e assim, busca atrair mais e mais meninos e meninas para as atividades desenvolvidas. “Gosto de trabalhar com eles pelas calçadas porque é arejado, é na rua e não foge da realidade deles. Às vezes tem crianças na esquina jogando bola, que por curiosidade se aproximam, e aí eu faço o convite para participar, é assim que funciona”, explica.

Com o projeto, ele busca tirar as crianças da ociosidade das ruas, proporcionando conhecimento para os pequenos. “É um trabalho árduo, não é fácil, para trabalhar com crianças tem que ter amor. Quando vejo que consigo tirar da criança um sorriso, não há nada mais gratificante, é sinal que ela está gostando. O pagamento maior é esse sorriso”, afirma.

Apoio dos pais

Nos dias de chuva ele conta com o apoio dos pais das crianças que dão abrigo para que as atividades sejam realizadas. Além de ceder o espaço de sua casa, Elizângela Silva Santos é uma das mães que faz questão que as filhas Tainá Silva, 14, e Emily Vitória Silva, 8, participem das atividades proporcionadas pelo professor. “Tem muitas crianças que ficam nas ruas, e aqui elas tem esse aprendizado. Emily tem dificuldade para aprender, e através dele, está começando a soletrar e entender as coisas” comenta. “A Tainá que é especial, fica numa alegria muito grande quando participa. Se ela não for, ela fica chorando. Ele é muito carinhoso com as crianças e ela se sente à vontade”, relata.

Expansão do projeto

Expandir as atividades é um dos desejos do professor, que atualmente vê o sonho impossibilitado por conta da falta de estrutura para realização do projeto. “Eu não tenho uma estrutura, a nossa casa é muito simples, a sala é muito pequena e não tenho como comportar muitas crianças”, explica.

Outras atividades

Natural do município de Malhada dos Bois, interior de Sergipe, o professor, que é formado em Letras, reside no 17 de Março e além da contação, realiza aulas de reforço escolar com as crianças da comunidade, onde recebe apenas um valor simbólico pela atividade desenvolvida em prol dos pequenos. “Eu estou desempregado, então coloquei o reforço para que possa reformar a minha casa, aos poucos, dentro das minhas possibilidades. Cobro um valor simbólico. Às vezes tem pais que não podem pagar, mas eu ‘quebro o galho’, porque quero que as crianças participem, que aprendam”, reforça.

Por Yago de Andrade e Jéssica França

Texto e imagens reproduzidos do site: infonet.com.br

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